quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Sp. Figueirense deixa Liga Feminina




Comunicado da Direcção do Sporting Clube Figueirense”




Exmos. Senhores,

Em Agosto de 2008 a Direcção do “Sporting Clube Figueirense” e a “Gesfunny, Lda.”, assinaram um Protocolo, o qual permitiria a criação de condições particulares para a existência da equipa sénior feminina num projecto a médio prazo, e com o objectivo claro de competir ao mais alto nível do basquetebol feminino: o “Campeonato Nacional da Liga Feminina”. No primeiro ano desse projecto, época 2008/2009, o “S.C. Figueirense” sagrou-se Campeã Nacional da II Divisão Feminina, com a particularidade de não ter registado nenhuma derrota.
Consequentemente, e relativamente ao segundo ano desse projecto, essa equipa tinha como direito desportivo a participação no “Campeonato Nacional da 1ª Divisão Feminina”.
Tendo o “SCF” recebido o convite da “Federação Portuguesa de Basquetebol” para participar no “C.N. da Liga Feminina”, foi decidido entre o Clube e a Gesfunny, aceitar tal convite.
Essa decisão teve como base o seguinte facto: mantendo a estrutura do plantel, o custo geral de participação numa ou noutra competição seriam iguais, tendo a competição do “C.N. da Liga Feminina” uma maior visibilidade.
Essa visibilidade potenciaria novos apoios e patrocínios, viabilizando dessa forma a continuidade desse projecto.
Tendo sido auscultada a opinião positiva do Treinador, foi assumida essa participação.
A realidade que vivemos leva-nos a assumir a falta de varias condições para manter a permanência nessa competição.
Sobre essas dificuldades gostaria esta Direcção de informar o seguinte:

1 – A relação institucional mantida com a “Gesfunny” foi, em termos gerais, bastante dignificante para este Clube, para as nossas atletas e também para a Cidade.
2 – As condições assumidas pela “Gesfunny” neste projecto evitou ao clube gastos com esta equipa, potenciando a nossa imagem em termos gerais e criaria novas e importantes referencias para as equipas da formação.
3- Um aspecto que registamos como negativo e que em muito contribuiu para esta desistência, tem haver com a falta de atenção e de consideração do anterior elenco camarário, que além de apoiar diminutamente este clube não cumpriu mensalmente com as suas obrigações.
4- Um segundo facto, também ele na base desta desistência, prende-se com o facto de, o tecido empresarial da Figueira da Foz, não ser sensível a projectos que em tudo contribuí para a ocupação e a formação dos jovens figueirenses, potenciando uma formação não só desportiva mas também social.
5- No que à competição desportiva diz respeito, também aqui sentimos bastante frustração da forma como a Equipa Sénior Feminina foi recebida.

Se assumimos que, em vários momentos, a “Federação Portuguesa de Basquetebol” foi sensível, cooperante e presente em varias situações que afectavam o clube, também é verdade que o Basquetebol Feminino em geral e o “C. N. Da Liga Feminina” em particular, não merece o distanciamento que esta Federação coloca em relação a variados assuntos, os quais em nada contribuem para a dignidade que estas competições merecem.
Essas situações criam desgaste e desmotivam jovens projectos como o do “S.C.F.”.
Não é desportivamente correcto que, à margem dos regulamentos, a “FPB” aceite excepções que, de seguida, ajudam a criar condições de desigualdade entre os clubes pertencentes à mesma competição. Se não há suporte financeiro para que uma equipa participe numa competição regulamentarmente obrigatória, não é aceitável que essa mesma equipa apresente, posteriormente, investimentos a nível de jogadoras estrangeiras.
Por outro lado, não aceitamos a forma pouco desportiva e bem à margem das regras, que as nossas atletas tiveram de disputar alguns jogos.
O custo que os clubes suportam para a arbitragem não permite que o Feminino sirva como “banco de ensaios”, muito menos no “C.N. da Liga Feminina”.
Se os objectivos desportivos deste nosso projecto não passavam pelos resultados numéricos, com certeza não previa que as nossas atletas se tivessem que sujeitar a tamanhas injustiças e dualidades de critérios. Estas situações criam desgaste e desmotivam, não havendo forma de as justificar.
Para terminar, gostaríamos de deixar uma palavra de agradecimento a todos os que colaboraram de alguma forma com o Clube e com este Projecto, realçando o excelente trabalho e bastante esforço que todas as Atletas e Equipa Técnica dedicaram nestes 14 meses.
Registamos com agrado que quando uma Equipa tem vontade e querer, e quando orientada tecnicamente, tem tanto ou mais valor desportivo que as suas adversárias, quer sejam jogadoras mais ou menos conhecidas.
Aos críticos deixamos também uma palavra: criticar aquilo para o qual não contribuímos unicamente, torna-nos mais pequenos em relação aos que em cada momento se esforçam, dedicam, acreditam e experimentam novos caminhos e novas soluções.
Temos a capacidade de aprender e reconhecer que este projecto muito nos ensinou, sentindo-nos mais capazes para que, num futuro, consigamos projectar algo que nos permita um resultado mais consolidado.
Com os melhores cumprimentos,

A Direcção

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